


Morar e trabalhar no mesmo lugar era prática comum nas cidades: artesãos e prestadores de serviço trabalhavam no térreo e habitavam os pavimentos superiores, como o restauranteur em Arles e o lojista de Carcassone.

O "sonho americano" na década de 50 popularizou os subúrbios como paradigma de moradia, dentro dos conceitos do urbanismo "moderno": a separação entre as funções morar e trabalhar. Décadas depois, o sonho tornou-se o pesadelo de ficar horas dentro de um carro, deslocando-se de casa ao trabalho. Estamos recuperarando a urbanidade, andar a pé e morar dentro da cidade passaram a ser sinônimos de qualidade de vida - que, antes de qualquer outra coisa, significa mais tempo para se viver.
Hoje, autores como Speck e Gehl celebram a retomada dos centros urbanos pelas pessoas, o prazer de caminhar e as restrições impostas ao uso indiscriminado do automóvel.


Já no Brasil,

...a mobilidade urbana é um (grande) problema. Sem transporte coletivo de qualidade, os automóveis enchem as ruas mal geridas: largura que permitiria 3 faixas de movimento simultâneo tem 2 delas destinadas a estacionamento. Ônibus, carros, táxis arrastam-se em fila indiana. E os passeios públicos cada vez mais inóspitos, flanqueados por carros parados de um lado e grades do outro.


